sábado, 30 de abril de 2011

Especial: Veja como a televisão afeta os espectadores

Televisão, como podemos viver sem ela? A telinha enriquece nossas vidas de modo incomensurável, colocando-nos na primeira fila para sabermos as últimas notícias, viajarmos por culturas nunca dantes imaginadas, termos oportunidades educacionais de valores e significância sem precedentes e divertimentos à disposição. Porém, aquilo que nos enriquece tem um lado sombrio: satisfaz e assusta.

Assistir freqüentemente violência da mídia pode levar a uma dessensibilização emocional para com a violência na vida real; em um longo estudo que correlaciona os hábitos de TV das crianças com o que se tornariam vinte anos mais tarde, descobriu-se uma ligação direta entre exposição à violência na televisão e o fato de tornarem-se violentas.

As pessoas de muitos países são contra os filmes, música, séries e shows da televisão norte-americana - muita violência, muitas drogas. Os gurus da mídia estão passando a mensagem errada - sem falar no efeito que seus produtos causam nas mentes e corações dos espectadores, principalmente em crianças em desenvolvimento. Os executivos da televisão admitem que seus objetivos para um show de meia hora são ter quinze minutos de comerciais e quinze minutos de programa. Eles esperam conseguir essa façanha por meio de aulas que ensinam os atores e atrizes a falar mais rápido (o que já vem sendo feito). Os executivos da televisão não se importam se os espectadores mais idosos perdem o diálogo; na verdade eles estão atrás do jovem que, com sua capacidade limitada de prestar atenção e seu raciocínio rápido, acompanha com facilidade - interferindo ainda mais no desenvolvimento do cérebro e aumentando o risco de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção).

Os programas de concurso (reality shows) como Fear Factor (Fator de Medo) envolvem famílias inteiras: a mãe, o pai e os filhos. As crianças são sujeitas a um estresse incrível. "Adoro isso", diz o garotinho rindo e espantando insetos enormes. Vejamos como o assunto e o estresse criado afeta as crianças que assistem ao show. O problema não são os insetos, mas o estresse, e esse estresse cria os "sobressaltos" (sons inesperados e repentinos ou cenas programadas para manter o cérebro acordado e envolvido). O aspecto mais traiçoeiro e danoso da televisão para o desenvolvimento do cérebro de uma criança, que afeta não apenas a criança, mas o futuro de como a raça humana poderá se desenvolver, é o efeito de sobressalto nas programações da televisão e seu uso excessivo.

O negócio é que uma quantidade de sobressaltos deve ser programada no show de televisão para manter o cérebro alerta. Mudanças rápidas do ângulo da câmera, sons inesperados ou surpreendentes, ações repentinas, seqüência veloz de cenas - tudo isso assusta o cérebro para manter sua atenção e criar estresse suficiente para ativar o corpo a ficar de prontidão defensiva... graças ao mínimo fluxo contínuo de cortisol entrando na corrente sanguínea do espectador. O cortisol participa da reação "fugir ou lutar" do nosso corpo, liberado pela hipófise quando a adrenalina de nossas glândulas supra-renais não é suficiente para nos ajudar a lidar com o estresse prolongado. Ele leva de oito a vinte e quatro horas para sair da corrente sanguínea uma vez que entrou.

Os anunciantes costumam exigir que um certo número de sobressaltos apareça em cada segmento de programa. Faz parte do contrato com o produtor de televisão. Os sobressaltos garantem que os espectadores vejam os comerciais (que são apinhados de sobressaltos).

E esse impacto neurológico atinge mais gravemente as crianças, pois ele impede o desenvolvimento normal do cérebro, diminui a inteligência e interfere no sistema nervoso e no padrão da reação emocional.

Assim, o conteúdo, por mais problemático que seja, não é o único problema com a televisão. Sorte nossa, que há a mágica da competição e o fato de existirem centenas de canais para escolhermos.

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